Nostalgia




Nostalgia estava na pilha de livros que comprei entre 2016 e 2017 e não li na época. Era um livro que me chamou atenção pela capa, já que eu adoro essa pegada steampunk e queria muito ler sobre também. O livro se passa em um universo clockpunk, mas não exatamente. Vem ler a resenha que eu falo mais sobre o que achei da leitura ❤ 



Nostalgia - Nana Lees
Páginas: 408
Nota: 2,5

O que você faria se acordasse em um trem em movimento, completamente sem memória e sem documentos?
Esse é o dilema vivido pela personagem principal de Nostalgia. “Seguindo suas pernas”, acaba conhecendo Frank, um rapaz que tentará protegê-la a todo custo das terríveis verdades da vida que ela aparentemente é incapaz de compreender. Com ele, a garota descobre o mundo em suas alegrias e tristezas, mas sua teimosia infantil pode causar mais problemas para eles dois do que os jamais imaginados.
Por meio desta história, a autora mostra, através de metáforas, o que a falta de alicerce na infância pode fazer. Venha se aventurar no primeiro livro desta série de ficção voltada para o clockpunk.


O que faria se acordasse em um trem, indo para não se sabe onde e sem um pingo de memória?

Esta é a história de nossa protagonista. Desmemoriada, ela chega à uma cidade, mas não sabe por que está ali. Porém, seus pés a levam para uma casa vazia, com a qual ela possivelmente tem uma relação. Em sua primeira noite, é surpreendida pelo vizinho, Franklin, que invade sua casa e a trata como se fossem velhos conhecidos. Mesmo que ambos não soubessem se eram ou não. 

Em Nostalgia, nem tudo é o que parece ser. Narrado em primeira pessoa por uma personagem sem nome, e em terceira (flashbacks no fim de cada capítulo), mostrando o que acreditamos ser o passado daquelas personagens. Com uma pegada steampunk, mesmo que não muito bem ambientada, o livro nos apresenta um universo onde androides existem e são treinados como soldados. 

Quando comprei o livro, há muitos anos, estava muito animada para lê-lo, principalmente por gostar de steampunk e a capa me atrair bastante. Havia visto algumas resenhas também e tinha certeza que iria gostar. Infelizmente, me decepcionei um pouco com a leitura. 

O livro é dividido em dois momentos: antes e depois da protagonista entrar na escola. O primeiro mostra a amizade dela com o vizinho, como ela constrói sua própria existência a partir da dele, já que só conhece ele por ali. O segundo, a entrada dela na escola, ela fazendo amizades e descobrindo que nem tudo é tão óbvio quando se trata do povo daquele lugar. 

Achei o desenrolar da trama um pouco amador. Senti que algumas cenas foram colocados de forma quase aleatória, só para justificar certos acontecimentos, sendo que poderiam terem sido feitas de forma diferente e com maior propósito. Além disso, tudo parece se desenvolver como a mente infantil da personagem. Ou 8 ou 80, seguindo por caminhos confusos e que parecem não resultar em nada, pelo menos nesse primeiro volume. 

Não consegui gostar muito da personagem. Ela é carregada a história inteira, sem tomar decisões ou ao menos saber o que está fazendo. Quando se pensa que vai melhorar, lá está ela sendo carregada pelo desejo de outra pessoa. Além disso, tudo parece chegar de mão beijada para a garota, como se todo mundo tivesse a paciência de explicar o que está acontecendo ali antes que ela fizesse algum esforço para descobrir por si mesma. Senti que faltou um pouco de conflito nesse sentido. 

Mesmo que o universo tenha pegadas de clockpunk, passou muito longe na ambientação ou criação do universo. A história se desenvolve mais como um romance jovem adulto escolar. 

Eu esperava mais da leitura e não foi a melhor que fiz no ano. Não sei se o final prende tanto o leitor para um segundo volume, mesmo que a ideia seja interessante, não achei que foi bem executada.


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Lobo de Rua


Olá! Como estão? Hoje estou aqui para falar um pouco sobre o que achei de um livro nacional publicado pela Dame Blanche. Gosto muito dos textos publicados pela editora e sempre que vejo algum que não li fico me coçando para resolver esse problema 😅. Espero que gostem da resenha.


Lobo de Rua - Jana P. Bianchi
Editora: Dame Blanche
Páginas: 122
Nota: 3,5

Raul é um morador de rua, um homem invisível e desgraçado como tantos os outros. Como se sua desgraça não fosse suficiente, Raul contrai a maldição da licantropia, tornando-se um lamentável lobo de rua. Tito Agnelli não compartilha do abandono de Raul, mas conhece muito bem a sensação de ser rasgado por dentro, todos os meses, pela coisa vil que se abriga nele. Assim, compadecido com o sofrimento do recém-transformado, Tito acolhe Raul na Alcateia de São Paulo, extinta até então por falta de lobisomens residentes na Pauliceia. Depois de décadas de contaminação, Tito conhece cada detalhe da maldição que o transforma em lobisomem. Além disso, conhece também a Galeria Creta, um lugar em São Paulo onde ele e outros dos seus são bem vindos nas noites de lua.
Basta pagar o preço.


Raul sempre teve uma vida complicada. Em situação de rua desde muito novo, precisou crescer nesse ambiente inóspito, se acostumar em ser uma pessoa invisível e se esforçar para sobreviver. Quando as coisas já não estavam boas para o garoto, pioraram ao descobrir que, de alguma forma, ele foi infectado e agora se transforma em lobo na lua cheia. Uma transformação com purpurina e musiquinha de fundo como em desenhos animados? Claro que não. Se tornar um lobo vem junto com a dor e a destruição.

Tito também é um lobo, mas suas centenas de anos o tornaram bem mais acostumado às dores de sua transformação, além de possibilitarem bastante tempo para estudar tudo o que podia sobre lobisomens e ajudar novos lobos. Pelo cheiro, ele chega a Raul e o “adota” como membro de sua alcateia de dois, para ensiná-lo como proteger a ele e aos outros, e não sofrer tanto com as mudanças de seu corpo. 

O texto tem um pouco mais de 120 páginas, é uma leitura rápida que leva o leitor por uma São Paulo diferente quando vista pelos olhos de um lobo. Não, não de um lobo, de uma pessoa em situação de rua e marginalizada. A parte fantástica é bastante importante, mas, para mim, não foi isso que realmente me chamou a atenção no fim. A autora soube trabalhar muito bem os personagens, mostrando que ninguém é totalmente vilão ou mocinho. Eles são bastante verdadeiros e é fácil ter empatia pelos dois. Além disso, há a questão das ISTs, já que a que a doença que os transforma em lobos é transmitida pelo sexo. 

Foi uma leitura bastante interessante. Sofri com os personagens e imaginei como é estar na situação deles. Não apenas na parte de se transformar em lobo, mas também em ser um excluído da sociedade. Uma coisa que me incomodou um pouco foram as sentenças muito grandes e com linguagem bem específica, o que é ótimo para o texto e o estilo, mas para mim me deixavam um pouco perdida. Tirando isso, foi uma ótima leitura e o final me deixou querendo saber o que acontece com os outros personagens e se há continuação. 

Indico para quem curte fantasia urbana/ sci-fi e lobinhos. 

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As Meninas



As Meninas - Lygia Fagundes Telles
Editora: Círculo do Livro
Páginas: 247
Nota: 4

Não foram muitos os escritores que, no auge da ditadura militar no Brasil, abordaram em seus textos temas como a repressão e a tortura e escreveram obras de contestação como As meninas , de Lygia Fagundes Telles. Livro árduo, dolorido e lindo, As meninas relata os conflitos no relacionamento de três jovens que têm entre si um ponto em comum, a solidão, e como pano de fundo os governos militares. Três universitárias compartilham com algumas freiras um pensionato em São Paulo. Ana Clara gosta de um traficante e vive drogada. Lia briga contra o regime. Lorena, filhinha de papai, ajuda as outras duas com dinheiro. Lia se envolve com Miguel, que é preso e trocado por um diplomata. Sem ligar para a política ou as drogas, Lorena se apaixona por um médico casado e pai de cinco filhos. Um enorme espaço separa o universo das pensionistas e seus dramas das religiosas, que se apavoram com a liberdade das três moças. Cada uma das personagens é um poço de conflitos e monólogos interiores que vêm à tona através das confidências íntimas de cada uma e que se ligam à miséria política e cultural da época. O texto de Lygia Fagundes Telles não cai na vulgaridade, não se banaliza apesar do tema. A linguagem é coloquial e expressiva e os diálogos abandonam as conveniências formais. As meninas de Lygia são, afinal, as jovens do nosso tempo, saídas da adolescência e ingressando na plenitude da mocidade. Nada mais atual. Apontada pela crítica como um sucesso absoluto, As meninas é uma obra que resultou do esforço de três anos de trabalho dessa autora perseverante, que valoriza a palavra e mostra, através de seus textos, a luta de todos nós em defesa da liberdade.

Lorena, Ana Clara e Lia, três jovens universitárias que moram em um pensionato de freiras em São Paulo, durante a ditadura militar. Mesmo sendo amigas, as três possuem características muito distintas: Lorena vem de uma família rica, mas é deixada de lado pela mãe. Apaixonada por um homem mais velho e casado, ela vai levando sua vida de sonhos enquanto ajuda as amigas de forma financeira; Ana Clara é a mais bonita delas, noiva de um homem rico. Não teve uma vida fácil e é viciada em drogas, mesmo que as amigas tentem fazê-la se curar; Lia é filha de uma baiana com um ex-nazista. Trancou a universidade e agora participa de um grupo de esquerda contra o regime. 

O narrador oscila entre um em primeira pessoa, na voz das meninas, e um em terceira pessoa, que surge sorrateiramente pelos parágrafos. Para quem ler o livro desavisado, As Meninas pode parecer um pouco confuso. Cada narradora tem seu estilo e estas vozes se mesclam mesmo dentro de cada capítulo, precisando o leitor ficar atento para entender quem está falando o quê. 

À primeira vista, é uma história simples e cotidiana, mas foi escrita durante a ditadura e esta serve de pano de fundo para nossas personagens. Para algumas, a ditadura é mais real, para outras, é apenas um acontecimento longe de sua realidade. Cada uma das protagonistas foi construída de forma a mostra universos diferentes, mas ao mesmo tempo tão próximos. Não apenas entre elas, mas do próprio leitor. Elas sofrem, têm seus desejo e angústias. Cada uma enfrentando sua própria batalha, seguindo as subidas e descidas de suas vidas juvenis “normais”. 

A amizade das três também é algo que sobe e desce. É difícil acreditar que elas se gostem de verdade, mesmo que haja momentos que o leitor se pegue pensando que apenas uma amiga verdadeira agiria daquela forma. Muito eu senti que elas se relacionavam apenas por conveniência, por precisarem uma da outra de alguma forma, seja por dinheiro, seja para matar a solidão. 

Foi uma ótima leitura. A Lygia tem um estilo único de narrar suas histórias, suas personagens são bastante humanas, o leitor é levado a sentir junto com a confusão das três, junto com as emoções das três. O final é inquietante, mas como todo o restante da obra. Com certeza vale a leitura.

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Roleta Russa



Olá, pessoal! Como estão? Esse mês estou trazendo para vocês a resenha de Roleta Russa (ou Operação Red Sparrow), cujo filme saiu ano passado. É uma resenha curtinha, mas espero que gostem. Não deixem de me seguir lá no instagram, onde estou postando semanalmente. Agora vamos ao que importa: 


Roleta Russa - Jason Matthews
Editora: Arqueiro
Páginas: 432
Nota: 3,5



Desde pequena, o sonho de Dominika Egorova era fazer parte do Bolshoi, o balé mais importante da Rússia. Após ser vítima de uma sabotagem, porém, ela vê sua promissora carreira se encerrar de forma abrupta. Logo em seguida, mais um golpe: a morte inesperada do pai, seu melhor amigo.
Desnorteada, Dominika cede à pressão do tio, vice-diretor do serviço secreto da Rússia, o SVR, e entra para a organização. Pouco tempo depois, é mandada à Escola de Pardais, um instituto onde homens e mulheres aprendem técnicas de sedução para fins de espionagem.
Em seus primeiros meses como pardal, ela recebe uma importante missão: conquistar o americano Nathaniel Nash, um jovem agente da CIA, responsável por um dos mais influentes informantes russos que a agência já teve. O objetivo é fazê-lo revelar a identidade do traidor, que pertence ao alto escalão do SVR.
Logo Dominika e Nate entram num duelo de inteligência e táticas operacionais, apimentado pela atração irresistível que sentem um pelo outro.
Na Rússia atual, governada com mão de ferro por Vladimir Putin, a jovem e determinada Dominika Egorova cai nas garras do sistema logo após sofrer duas perdas brutais. Recrutada pelo SVR, ela se torna uma agente especializada em sedução de alvos e logo é designada a uma missão que será a grande chance de provar sua competência: descobrir o nome do funcionário do SVR que está repassando informações confidenciais da inteligência russa aos Estados Unidos.
A muitos quilômetros de distância, na Finlândia, Nathaniel Nash, um ambicioso espião norte-americano, tem a oportunidade de salvar sua carreira e sua reputação depois de protagonizar uma ação que por pouco não terminou em desastre. Agora ele precisa, a qualquer custo, proteger Marble, o ativo russo mais importante da CIA.
Quando suas respectivas missões fazem com que o caminho dos dois agentes se cruze, colocando-os em lados opostos, inicia-se um arriscado jogo de gato e rato, pontuado por elaborados esquemas de vigilância, técnicas de recrutamento e procedimentos de contra inteligência.
No momento em que um deles decide passar para o outro lado, colocando-se na perigosa posição de agente duplo, torna-se pivô de uma complexa operação capaz de pôr em risco não só a própria vida, mas a de todos a seu redor.

Dominika é uma ex-bailarina que, por “imposição” do tio, se torna uma agente da SVR. Entre missões não muito bem-sucedidas, ela se vê diante da tarefa de seguir e recrutar Nathaniel Nash, agente da CIA e o responsável por um dos mais importantes informantes russos. Dominika precisa recrutar Nate e fazê-lo contar a identidade do traidor. Porém, as ações dos próprios russos fazem a jovem mulher repensar sua posição dentro daquele jogo de manipulação e resolver tomar suas próprias decisões. 

Roleta Russa é o antigo título de Operação Red Sparrow, primeiro volume de uma trilogia. Temos como personagens principais Dominika e Nate, que vamos conhecendo aos poucos a cada página. O livro não foca no desenvolvimento das personagens, sendo que, para mim pelo menos, a figura mais bem desenvolvida é a própria Dominika. As outras possuem nuances, nada muito profundo, mas realizam bem seus trabalhos dentro da trama. 

A história foca bastante nas operações, no suspense e nos resultados. A linguagem e a ambientação fazem o leitor submergir na obra e se manter lá no fundo enquanto fica curioso para saber como as coisas irão se resolver e qual rumo cada personagem irá tomar. Narrado em terceira pessoa e com vários pontos de vista, passeamos entre países e vida de várias personagens em poucas páginas, deixando o texto mais dinâmico, ao mesmo tempo que consegue manter o suspense até meados do final.

É um livro divertido para passar o tempo, não uma leitura muito profunda, mas que vai ocupar bem suas horas. O final parece cortado, dando espaço para as duas continuações. Porém, no fim do livro, os protagonistas parecem perder um pouco suas vozes, sendo guiados por outras personagens até o desfecho. Apesar de tudo, foi uma boa leitura. 

O que mais me incomodou, foi a forte dualidade entre Rússia e Estados Unidos (compreensível, já que foi escrito por um ex-agente da CIA). O autor colocou muito os EUA em um pedestal, ao passo que torna a Rússia o pior dos piores países. Se você não se importa com isso, irá aproveitar a leitura mais do que eu. 

Sobre o filme: Ele tem coisas bem diferentes do livro e apesar de eu achar que algumas mudanças foram para melhor, não gostei do resultado final, principalmente no que tocou a sexualidade e comportamento da Dominika. 

E é isso. Não é uma leitura muito curtinha, mas é bastante interessante. Eu não leio muito sobre o tema, o que me deixou bastante contente com a forma que o autor o colocou, utilizando-se de termos, mas não de um jeito que deixou a leitura chata e enfadonha. 


Vocês já leram o livro? Já assistiram ao filme? Comentem aqui embaixo para eu saber! Não deixem de me seguir lá no insta para sempre terem novidades. 

Beijos e até!
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Desejo e Honra



Oi, pessoal!! Hoje venho trazer uma resenha de um livro que li em parceria com a autora Tatiane Durães. Desejo e Honra foi publicado em 2015 pela Editora Deuses e agora a autora nos trouxe uma nova versão, reformulada e editada. Quando eu soube, não pude deixar de me interessar pela leitura, já que queria comparar as duas versões (como já fiz com outro livro da autora, que você pode ler a resenha aqui). Então é só continuar lendo para conhecer um pouco mais da edição de 2019. 




Desejo e Honra - Tatiane Durães
Editora: Amazon/ Independente
Páginas: 220
Nota: 4

Amanda precisa fugir. Os guardas da Força Pública estão em seu encalço e ela não quer perder sua adorada liberdade. Para não ser presa, precisará pedir auxílio a Lurdes, uma antiga amiga de sua falecida mãe, e terá que trabalhar na casa do Conde de Castro. Seus planos parecem simples: fingir ser uma dama doce e inocente, ficar escondida tempo suficiente para que o delegado a esqueça e afanar as joias da casa — sua especialidade — para ir para bem longe dali. Mas a jovem ladra não esperava esbarrar com o segredo de Leon e ser desafiada por mistérios além de sua compreensão, que podem mudar todos seus planos.


Amanda é uma ladra famosa, que se vê obrigada a fugir de sua casa quando seu antigo companheiro a trai, entregando-a à Força Pública. Para não ser capturada e morta em praça pública, ela decide cobrar de uma antiga amiga da família, Lurdes, um favor: um emprego na fazenda no interior, onde poderia se esconder até quando estivesse preparada para fugir. A princípio, Lurdes fica com um pé atrás, mas leva a moça de qualquer jeito.

Leon, o Conde de Castro, é o filho dos donos da fazenda e o responsável por todo negócio que acontece em suas terras. Ele não fica sem notar a presença da nova empregada e, mais e mais, vai se interessando por ela, até fazer com que a proximidade entre os dois se estreite de tal forma que Amanda deixa de lado suas suspeitas para com o Conde e se permite responder às propostas deste. 

O que nossa jovem protagonista não imaginava antes de morar na casa, porém, era que não apenas o dono da fazenda, mas também seus empregados guardam segredos que fazem Amanda se coçar de curiosidade. As coisas se tornam mais confusas quando a imaginação da jovem parece querer pregar peças nela. Ou será que não é só sua imaginação? 


O livro é narrado em terceira pessoa, mas com o foco na protagonista, o que deixa o leitor com o mesmo tanto de informação que Amanda - ou seja, tão curioso quanto ela. Foi uma escolha acertada da autora, já que permite que a protagonista e o leitor fiquem no mesmo degrau e vão descobrindo tudo juntos, o que mantém o suspense até o momento em que as coisas se resolvem. 

Desejo e Honra é um romance de época que se passa no Brasil, um pouco depois da abolição da escravatura. A descrição e narração remetem aos livros escritos durante o século XIX aqui nas terras tupiniquins, mas também tem aquele quê de romance europeu (como muitas obras brasileiras dos anos de 1800). A autora soube desenvolver bem o estilo, adicionando também um pouco de fantasia (que é o gênero que a Tatiane gosta tanto). Essa característica, além da atmosfera misteriosa, me remeteu um pouco aos romances góticos, mesmo que não seja tão sombrio quanto um.
Amanda e Leon são personagens à frente do seu tempo. O Conde guarda segredos que não são lá muito usuais para os mocinhos de romances de época, mas que tornaram o personagem ainda mais interessante. Na construção da protagonista, porém, eu senti um pouco de falta de seus dotes como ladra, que são mostrados ligeiramente melhor no final, mas, para mim, não fazendo jus à fama da garota na cidade. 

Quando comecei a leitura, pensei que seria mais parecido com a primeira versão da obra, mas o livro está completamente diferente. O novo rumo que a Tatiane resolveu tomar deixou o texto mais coeso, verossímil e interessante, além de conseguir prender ainda mais o leitor. Foi uma grata surpresa e me fez subir a nota que eu havia dado ao livro da primeira vez que li. 

Para quem gosta de histórias de época, com casais apaixonados, mas que também não dispensa um bom suspense e um final intrigante e não convencional, Desejo e Honra é uma boa pedida. 

O ebook está disponível na Amazon, ou você pode colaborar com a campanha do Catarse e garantir um lindo exemplar físico. É só visitar o link abaixo:





Espero que tenham gostado da resenha. A ajuda de vocês é muito importante para que a campanha seja um sucesso, então não deixem de compartilhar com aquele amigo que você sabe que se interessaria pela história (e com todo mundo que você conhece também rsrs). Obrigada por lerem e até mais! 
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O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares



Oi, pessoal! 
Tem algum tempo que não posto aqui, não é mesmo? Estou dando preferência para postagens no instagram do blog (já que as resenhas lá são menores e mais rápidas de se postar). Mas irei aparecer por aqui volta e meia para deixar o blog atualizado. A resenha de hoje está no formato que estou usando no instagram também, desculpe a mudança. Espero que gostem. 



O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares - Ransom Riggs
Editora: Leya (versão antiga)
Páginas: 336
Nota: 3/5
Skoob


Jacob cresceu ouvindo as estranhas histórias do passado de seu avô. Este era seu grande herói e sua morte um tanto quanto esquisita coloca Jake de frente ao passado e seus traumatizantes pesadelos. 

Eu sou apaixonada por livros com escolas e orfanatos, então O Orfanato da Srta Pregrine Para Crianças Peculiares me interessou desde o primeiro momento. Eu assisti ao filme primeiro, então só depois de algum tempo que descobri porque tantas pessoas se incomodaram com a adaptação. 

No livro, somos apresentados a vários e vários personagens, crianças com suas peculiaridades e todo o universo criado pelo autor de fendas e etéreos. Temos personagens para todos os gostos e foi interessante imaginá-los com a ajuda das fotos que o próprio autor disponibilizou. Porém, achei que muitos poderiam ser melhor explorados. Não apenas os personagens, mas o próprio universo, já que quando temos uma explicação, ela fica muito corrida e um pouco jogada. 

O meu principal problema com o livro foi a forma como tudo correu no final, como se o autor não tivesse páginas suficientes para terminar o primeiro volume da mesma forma calma que começou (explicando as coisas e deixando claro porque cada cena estava ali). O final ficou em aberto, para ser continuado no exemplar dois, como se o livro se tratasse de uma parte 1 e não de um primeiro volume completo. 

Eu gostei muito da linguagem escolhida pelo autor. É uma linguagem mais jovem, que transformou o livro em algo mais cotidiano, apesar de tudo. Jake, o protagonista, foi meu personagem favorito (o que não está acontecendo com tanta frequência quanto eu queria *risos). Ele está longe de ser o herói perfeito e tudo isso se encaixou bem na proposta peculiar do livro. Porém, algumas situações não me convenceram muito, assim como o romance que estava surgindo. 

A leitura foi divertida, com suas diferenças do roteiro do filme. Eu gostei de ambos, cada um a sua forma. É um livro para jovens, que trata sobre diferenças, guerra e aventura. Logo irei ler o segundo
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Poder (Saga Encantadas #3) [+18]


Oie!

Hoje venho falar o que achei do último livro da Saga Encantadas. A resenha dos dois primeiros volumes vocês podem conferir aqui e aqui.


Poder - Sarah Pinborough
Editora: Única
Páginas: 224
Nota: 3,5/5

Acordar uma princesa pode ser letal.
Para fãs de Once Upon a Time e Grimm, a série Encantadas prova que contos de fadas são para adultos!
Quando um príncipe mimado é enviado pelo seu pai para tentar desvendar os mistérios de um reino perdido, ninguém imagina os perigos que ele encontrará pela frente! Acompanhado da figura sóbria e sagaz do Caçador e de Petra, uma jovem valente que possui uma ligação muito forte com a floresta, o príncipe acaba encontrando um reino adormecido por uma estranha magia. Todos os seres vivos foram cercados pela densa mata e estão dormindo, em um sono pesado demais, que só poderia vir da magia. Mas que tipo de bruxaria assolaria uma cidade inteira e seus habitantes? E, principalmente, quem faria mal a uma jovem rainha tão boa e tão bela? A não ser, claro, que os olhos não percebam o que um coração cruel pode esconder...
Poder é o terceiro volume da trilogia Encantadas, e traz como história principal o conto da Bela Adormecida. Porém, esqueça os clichês tradicionais e se entregue a uma nova visão dos contos de fadas, em que heróis e anti-heróis precisam se unir para não perecerem à beleza superficial de princesas e rainhas egocêntricas e aos príncipes em busca de aventuras.


O livro três da Saga Encantadas na verdade é um prelúdio do livro um, onde conhecemos a história do príncipe e do caçador. O rei decide mandar o filho para uma aventura, a fim de deixá-lo mais sábio e centrado nas questões reais. Para protegê-lo, contrata o melhor caçador que encontrou e manda os dois para um antigo reino que guarda um mistério. 

No caminho, junta-se a eles Petra, a chapeuzinho vermelha, e os três continuam sua busca pelo reino encantado que ninguém sabe ao certo como desapareceu, só sabem que agora está circundado por uma vasta floresta que nunca se abre. 

Com muito esforço, eles vencem a vegetação e entram no lugar, mas de imediato percebem que há algo de estranho. Tudo é muito silencioso e basta uma breve olhada pelas casas para notar que todos os moradores do reino estão dormindo. 

Aqui vocês já devem ter percebido que neste livro iremos conhecer a história da Bela Adormecida, mas não só dela, também do Rumpelstiltskin, da Bela e a Fera, Chapeuzinho Vermelho e é citada a Rapunzel.  

O trio finalmente chega ao castelo e encontra a princesa - rainha, na verdade - em um sono profundo, com o dedo furado e o chão ensanguentado. Eles a acordam e descobrem que ela e o reino havia sido amaldiçoados por Rumpelstiltskin, o conselheiro do falecido rei. 

Nenhum dos três consegue entender o porquê de alguém amaldiçoar Bela, uma pessoa tão boa e sorridente, mas é só avançar nos capítulos que entendemos bem o que está acontecendo naquele lugar. 

Por mais que o livro se passe antes do primeiro, não me incomodei com a ordem que a autora resolveu publicar, achei até que ficou melhor desse jeito do que com o 3º livro antes do 1º. 

Assim como os outros volumes, esse é narrado em terceira pessoa, mas agora temos mais pontos de vista durante a maior parte da história. Isso ajudou com que o livro não ficasse arrastado e pudéssemos descobrir de visões diferentes o que estava acontecendo no reino. 

Vou confessar que dos três, esse foi o que menos gostei, já que quase não me identifiquei com os personagens. Também achei o mais pesado dos três, nesse a loucura foi para outro nível *risos*. Mas, apesar de tudo, a leitura foi boa e rápida. 

Não encontrei falhas na trama, ou nada que pudesse atrapalhar o desenrolar e o entendimento. Achei porém que a figura do Rumpelstiltskin poderia ter sido melhor trabalhada, fiquei com a sensação que a autora apenas o colocou para ter mais um personagem dos contos de fadas (mesmo que traga referências de sua história original). A mesma coisa senti com Rapunzel. 

Este último volume entendi mais como um spin-off, para dar uma passada e explicar a história do príncipe (esse cara têm uns fetiches muito estranhos kkkk) e do caçador. Algumas coisas do livro anterior são explicadas, mas não achei que era tão necessário. 

Contudo, a leitura foi muito boa, gostei bastante da saga inteira e super indico para quem, assim como eu, gosta de contos de fadas.  

Espero que tenham gostado da resenha! Não deixem de comentar o que achou ♥

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Beijinhos e até mais!

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