Resenha - Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída...

Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída... - Kei Hermann & Horst Rieck
Editora: Best Seller
Páginas: 320


Best seller ganha edição de bolso com texto integral. Os depoimentos foram colhidos no final dos anos 1970 pelos jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck, que faziam uma reportagem sobre os jovens da Alemanha quando conheceram Christiane F., que testemunhava no julgamento de um traficante. Após meses de entrevistas, os dois escreveram este livro sobre juventude, drogas e prostituição.

O livro é uma não-ficção construída a partir de relatos de Christiane e pessoas que por alguma razão estavam ligadas à ela. Tudo começa quando Christiane se muda para Berlim, ela tenta de tudo se tornar popular, andar com os mais influentes e etc. E isso faz com que ela se afunde cada vez mais. 

No início ela começa provando drogas mais leves, como cigarro, estimulantes e calmantes... Depois, como vai conhecendo novas pessoas e novos grupos, ela passa a usar drogas mais pesadas.

Christiane era uma criança influenciável, que apenas queria ser aceita e fazer amigos, porém, entrou em um mundo que achou ser sem saída. 

A principio, os relatos não são tão impactantes. Apenas uma adolescente se envolvendo com drogas e tentando viver com todos os problemas que a cerca. Porém, assim como Christiane, vamos adentrando o mundo das drogas e da prostituição, dando de cara com situações cada vez piores, a morte de conhecidos, o reconhecimento de que chegou ao fundo do poço...

Eu diria que esse livro é no mínimo agoniante. Nós começamos a torcer para a personagem para acabar logo com tudo aquilo e dar um fim ao seu sofrimento e ao da família, mas, quando achamos que ela finalmente irá deixar a droga, ela volta e volta e volta. Se já não soubesse o final (obviamente) diria que a qualquer página iria ler um depoimento da mãe da garota, ou sei lá, de qualquer outra pessoa, dizendo que ela foi mais um dos nomes que apareceu no jornal. 

O livro é intenso. Com momentos "felizes" e outros bastante tensos, que lhe fazem parar e pensar na vida de usuários. Vemos os dois lados, vemos que a droga propicia bons momentos, que a "viagem" pode ser boa e ruim. Mas será que compensa? Christiane achou que poderia parar a qualquer momento, que não estava viciada em heroína. Que poderia se picar mais uma vez e nada aconteceria, só teria aquela boa sensação novamente. Enquanto isso (eu pelo menos) ficamos sofrendo de frente para o livro. 

Por mais que tenha sido uma leitura impactante, gostei bastante. Ainda mais porque li afim de pesquisa e não deixou a desejar em nenhum aspecto. Acho que é um livro importante para adolescentes principalmente, e para pais. 


E você aí? Já leu? Se não me engano, tem um filme baseado na história de Christiane, ainda não tive oportunidade de ver, mas espero logo poder. Não deixe de comentar com sua opinião, - sobre o livro e a resenha. Espero lhe ver novamente ;) 
Beijos e até!
Leia Mais ››

Resenha - Os 13 Porquês

Os 13 Porquês - Jay Asher
Editora: Ática
Páginas: 256






Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

Imagina você chegar em casa e se deparar com uma caixa cheia de fitas cassetes. No início, Clay não compreendeu o que tudo aquilo significava até escutar a primeira fita. Em suas mãos, estavam os 13 motivos pelo suicídio de Hannah, uma colega de classe - por quem Clay estava apaixonado. 

Escutar fita por fita, entrega-se à narração de Hannah e sofrer junto com ela tudo o que a fez decidir retirar sua própria vida faz, é por isso que Clay deve passar antes de entregar a caixa ao próximo porquê. 

A história é narrado em primeira pessoa, variando entre Clay e Hannah. Vamos junto a ele, caminhando pela cidade, escutando a fita e tentando sentir o que a garota sentiu nos lugares listados por ela mesma. A narração de Hannah é entrecortada, já que Clay precisa fazer seus comentários ou pausar cada fita (acho que talvez por isso eu não tenha me envolvido tanto com a história de Hannah).

O livro passa uma mensagem importante. Muitas vezes nos preocupamos mais com os nosso umbigos, agindo de maneira impensada e que muitas vezes atinge outras pessoas. Os 13 Porquês nos alerta não apenas para o suicídio na adolescência, mas também como nós influenciamos a vida de outra pessoa (em qualquer idade). 

Acho que não gostei mais porque: Clay cortava demais (mesmo eu entendendo seus motivos e isso fazendo com que a história tivesse mais dinâmica); não me identifiquei tanto com a Hannah; acho que esperei muito desse livro e fiquei um pouco decepcionada no final. 

Porém, é uma história muito interessante, de leitura rápida e que faz pensar bastante ao seu fim. Um livro que deveria ser mais conhecido, principalmente entre adolescentes (quando todo mundo acha que o mundo é uma festa, mas está longe de ser uma). Mas com um ensinamento para toda a vida. 


Desculpem a demora para postar a resenha, eu estava um pouco desanimada com ~tudo~, mas me forcei a escrevê-la. Espero que tenham gostado. Já leram o livro? Têm vontade de ler? Não deixem de comentar e compartilhar :)
Beijocas e até mais!!!
Leia Mais ››

Sempre acaba me alcançando


Meus pés caminham rápidos pela vereda. Eles fogem do mundo às minhas costas. Ele está ali também. Eu consigo ouvir seus passos, as folhas secas partem-se sob seus imensos sapatos. Ele não tem pressa, normalmente sempre acaba me alcançando. Mas não daquela vez. Daquela vez eu seria mais rápida. Eu sinto sua respiração presa à minha nuca. Sinto o calor de seus lábios. Não! Não daquela vez. Venço a tentação de me virar e lhe ver. Acelero. Chegando em casa, esconderia-me lá dentro, ele não poderia fazer nada. A maçaneta da casinha de campo está a centímetros. Ergo a mão e me refugio lá dentro. Rodo a chave. Abaixo o capuz vermelho. Não tenho coragem nem de lhe ver pela janelinha. Ele não força a porta, eu sabia que não faria isso. Mas sei que ainda está lá. Sei que sussurra. Consigo ouvi-lo. E sussurra, incendiando meu corpo. Consigo ouvi-lo. E, como sempre, minha mão sobe novamente para a maçaneta. Rodo a chave. 

Todos dizem que ninguém consegue fugir dele. E ele... Sempre acaba me alcançando. 
Leia Mais ››

Resenha - As Vantagens de Ser Invisível

As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Páginas: 224





Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tacteando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela. As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário. Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

As Vantagens de ser Invisível é um romance epistolar, tudo o que sabemos foi escrito por Charlie - um jovem de 15 anos - para um remetente sem nome. Pela narração leve e envolvente de Charlie, somos introduzidos ao seu mundo. Escola, família, amigos, drogas, sexo... Uma época de descoberta tanto para o protagonista quanto para qualquer adolescente. 

Desde o início percebemos que o autor das cartas não é tão igual aos outros adolescentes assim. Charlie é um garoto.. Digamos, ingênuo? Ele não vê maldade nas coisas como as outras pessoas e sua narração possui um ar infantil que apenas ajuda na construção do personagem. Muitos momentos trágicos em sua vida - que vamos descobrindo no decorrer das cartas - fizeram com que o personagem se transforma-se no que era, mas isso tudo só descobrimos quanto mais lemos. 

Charlie quer se enturmar, arrumar seu lugar no mundo, "participar". Depois do suicídio do amigo, ele se vê sozinho, encontrando novamente conforto perto de Sam e Patrick. Como o protagonista é bastante ingênuo e sempre quer que as pessoas ao seu lado estejam bem, ele tende a fazer o que os outros esperam que ele faça.

A princípio, senti que as atitudes do garoto, assim como sua linguagem não condiziam muito com sua idade. Porém, isso foi me agradando cada vez mais. Como eu disse, isso apenas ajudou a criar a imagem do personagem e mostrar que nem todo mundo é igual e nós não sabemos como cada pessoa pensa sobre o mundo que a envolve. 

Como Charlie apenas observar sua própria vida, os outros personagens se tornam de suma importância. São eles que "moldam" o comportamento do garoto, mesmo que muitas vezes sejam contrários a isso. 

O final do livro foi um baque (talvez nem tanto para quem tenha assistido ao filme). Mesmo que seja uma memória surgida "do nada",  isso não me afetou tanto, já que para todos da história também era uma surpresa (até mesmo para Charlie, que não se lembrava do ocorrido). Não acho que tudo tenha se resumido a esse fato do passado, mas com certeza ele foi bastante importante na vida do personagem.

Um livro que trata de temas sérios, com uma língua simples e bastante fluída, mas que consegue lhe tocas imensamente. Simplesmente amei o livro (por mais que eu goste de muitos livros, poucos chegam ao estado do "amor" e esse foi um deles).  

Super indicado a todo mundo. Espero que ele lhe toque da mesma forma que me tocou.


Então, meus amores, o que acharam? Já leram o livro? Pretendem ler? Gostaram da resenha? 
Não deixem de comentar a opinião de vocês :3 
Beijocas e até!

Leia Mais ››