Joelhos caídos sobre a terra úmida de rubro. O couro fustigado dos animais puxando multidões de mentiras. O caminhar era trôpego, mas não lhe davam nem chance para parar e descansar. Atrapalhava o ciclo! Atrapalhava tudo!
As bocas foram cuidadosamente tapadas por pontos cirúrgicos. As orelhas rodavam no ar, capitando os ínfimos ruídos que lhe mostravam que o mundo ainda era mundo. O rosto semi-escondia-se sob um capuz sujo, usado em tantos outros antes daqueles.
O estralar do castigo fazia as costas se curvarem. Os olhos se espremiam prevendo a dor, mas nenhum gemido escapava pelos pontos.
O agreste queimava-lhe as solas, até um cair. Os membros esticados, os dedos pulsando e sangrando.
O estralar.
Era erguido. Colocado sobre as pernas. Atrapalha o ciclo! Atrapalha tudo!
O ciclo. A roda voltava a girar.
A frente de tudo aquilo, a justiça - de olhos tapados - via tudo. Mas seus olhos, não viam nada.
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