Meus pés caminham rápidos pela vereda. Eles fogem do mundo às minhas costas. Ele está ali também. Eu consigo ouvir seus passos, as folhas secas partem-se sob seus imensos sapatos. Ele não tem pressa, normalmente sempre acaba me alcançando. Mas não daquela vez. Daquela vez eu seria mais rápida. Eu sinto sua respiração presa à minha nuca. Sinto o calor de seus lábios. Não! Não daquela vez. Venço a tentação de me virar e lhe ver. Acelero. Chegando em casa, esconderia-me lá dentro, ele não poderia fazer nada. A maçaneta da casinha de campo está a centímetros. Ergo a mão e me refugio lá dentro. Rodo a chave. Abaixo o capuz vermelho. Não tenho coragem nem de lhe ver pela janelinha. Ele não força a porta, eu sabia que não faria isso. Mas sei que ainda está lá. Sei que sussurra. Consigo ouvi-lo. E sussurra, incendiando meu corpo. Consigo ouvi-lo. E, como sempre, minha mão sobe novamente para a maçaneta. Rodo a chave.
Todos dizem que ninguém consegue fugir dele. E ele... Sempre acaba me alcançando.
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