As pessoas que passassem e vissem seu olhar preso ao chão poderiam até pensar que era insegura, mas aquilo não era verdade. Apenas não fixava os olhos nas coisas, gostava de deixar sua mente livre para voar.
Seu rosto redondo de bochechas rosadas aparentava ser muito mais novo do que realmente era. Estava alcançando os vinte e seis anos, mas parecia ter acabado de chegar os vinte. Não era a mais bonita, mas também não era feia. Sua beleza tinha um ar infantil.
Examinando aquela figura com um pouco mais de cuidado se notava coisas singelas que construíam ainda mais aquela figura: sua roupa bem passada exprimia cuidado, seus cabelos bem-arrumados só intensificavam aquele zelo. Não era casada pelo que eu saiba, e, mesmo que tivesse alguns rapazes interessados, também não namorava.
Gostava de se arrumar para si mesma, não para atrair olhares ou arrumar um esposo. Pelo pouco que a conhecia, parecia feliz até de mais com a sua aparente solidão.
Tinha se mudado há três meses, morava sozinha em um apartamento pequeno no subúrbio. Chegava em casa cedo. Passava o dia lendo, estudando e escrevendo.
– Bom dia, senhora A. – Cumprimentei quando ela estava mais próxima.
– Ah! Bom dia, Doutor D. – Seu sorriso se iluminou ao me ver.
Passamos reto. Depois de um dia de trabalho, eu tinha certeza que ela iria se sentar em uma poltrona confortável, beber uma xícara de chá e ler um bom livro.
Ao final do dia, eu iria chegar em casa, entregar-me a realidade e beber sozinho.
5!!!!!!! Amei!
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