Texto aleatório. Eu queria treinar um pouco a minha narração. Espero que gostem (a história não tem muita "lógica", porque eu não queria entrar em detalhes).
Imagem: We heart it.
Ela deu
alguns passos apressados sobre a areia molhada e parou. Encarou
demoradamente o mar e por um instante esqueceu as lágrimas quentes
que cortavam seu rosto. Tinha corrido ali para que ninguém as visse,
não queria passar uma ideia de menina frágil e sentimental. Ninguém
nunca tinha a visto como tal e não seria naquele fim de tarde que
mudariam seus pensamentos.
–
Como eu consigo ser tão idiota? – Sentou-se na areia. Seu longo
vestido se encharcava por causa do mar que já tinha engolido quase
toda a praia, mas ela não se importava. Gostava de sentir a água em
seus dedos, pelo menos a distraia um pouco. – E por que eu pensei
que eles agiriam diferente? Eu sou o que sobrou não é? Nada mais
justo do que acabar logo com tudo.
–
Suas palavras soam um pouco tristes de mais. – Uma voz alegre a fez
se sobressaltar. Secou rapidamente as lágrimas e encarou o mar mais
seriamente. – Não queria lhe incomodar, mas a senhorita parecia
tão triste quando saiu do salão que pensei que talvez quisesse
conversar.
–
Pois não quero. – Respondeu ríspida. – Sai para ficar sozinha.
Volte para junto dos outros, senhorita A., sua ajuda não é
necessária.
– Eu
sei que pensa assim. – Ela se sentou ao lado da mais velha. – Mas
creio que talvez esteja errada senhorita L..
–
Errada? – Ela olhou cheia de desdem para a outra, finalmente
retirando os olhos amendoados da direção do mar. – O que uma
criança como a senhorita pode ajudar uma adulta como eu? Não passa
de um bebê que acabou de largar o berço.
A
Senhorita A. estudou demoradamente os fios loiros de sua companheira,
desceu os olhos para os lábios fartos e naturalmente vermelhos. A
face estava um tanto quanto rubra por conta das lágrimas que desciam
de vez em quando.
– A
senhorita não sabe o que é se casar. – A Senhorita L. continuou
notando o silêncio da outra. – É apenas uma criança.
–
Está errada. Posso não ter a mesma idade do que a senhorita, mas
com certeza esse é um assunto que entendo muito bem. Talvez a
senhorita se surpreenda com a minha história, talvez não, mas eu me
casei muito antes de me entender como gente.
– Não
acredito que seja verdade. Nunca está com um marido ou rapaz. Não
pode ser verdade. – Sua expressão permaneceu séria, duvidando de
cada palavra da moça ao seu lado.
– Só
porque não ando acompanhada, não quer dizer que não tenha me
casado. E é por isso que não ando com nenhum rapaz. – Franziu o
cenho. Seu ar animado sumiu por alguns segundos, mas logo ela se
recompôs. – Eu era a filha mais velha do moleiro, tinha apenas
sete anos na época. Meu pai tinha acabado de morrer e minha mãe foi
pedir ajuda ao rei.
“Ele
estava em uma época de buscar crianças que tinham nascido
exatamente no mesmo dia que eu. No passado eu achava estranho, mas
hoje não tanto. Então deve entender o quanto ele ficou animado ao
me ver.
– Não
compreendo o que quer dizer com essa história. – A senhorita L.
interrompeu impaciente.
– Eu
me casei com o rei. – Respondeu sem mudar o tom de voz. – Me
casei aos sete anos de idade com um senhor com um senhor de
incontáveis anos a mais.
A
senhorita L. a encarou horrorizada.
– Não
devo lhe contar toda a minha história. – A mais nova continuou. –
Ninguém fora dos muros do palácio sabe sobre ela e quero que
continue assim. Só lhe contei para que entendesse. Seu pai pediu
para que se casasse para poder receber a fortuna da família. Ele não
disse com quem deveria casar, apenas quer se case.
– Me
casar? Ele sempre soube que não era algo que estava em minha lista
de coisas a fazer da minha vida.
– Ele
quer que a senhorita tenha herdeiros. Quer que sua família não
morra em sua geração. Não o culpe por isso.
– Eu
não quero que alguém decida o que tenho que fazer da minha vida.
– Por
isso a senhorita tem que tomar a decisão. Se casar não é tão
ruim. E pode se tornar pior se seu pai resolver escolher seu esposo.
Só estou dizendo... Para não ficar triste com isso e tente buscar
algum proveito.
– E a
senhorita tirou algum proveito do seu casamento?
–
Apenas que eu tenho que aproveitar meus segundos de liberdade. –
Sorriu carinhosamente. A Senhorita L. estava tentando entender como
aquela moça era sempre tão feliz.
Gostei do diálogo. Qual é essa fonte que você usa no blog?
ResponderExcluirNa próxima, gostaria de ver um treinamento de narrativa descritiva, pode ser? rs
Obrigada =)
ExcluirSe não me engano, a fonte das postagens é Times e dos títulos é Niconne.
Vou ver se consigo fazer um assim ^^ (esse é o meu maior problema ultimamente já que tem tempo que eu fiquei preguiçosa e me cansei de descrever as coisas =x rsrs)
Bjs
Então, eu ajudo: descreva um homem, ja que você é uma mulher, caminhando numa rua, mas deve conseguir transmitir o estado emocional dele, o ambiente, essas coisas. Aceita? Me marque quando fizer... Não tenha pressa...
ExcluirOk :D vou tentar fazer meu melhor. Logo, logo eu posto ^^
ExcluirBjs e obrigada pela sugestão :3
Acho que você deveria escrever a parte da Senhorita A. (quando ela se casou).
ResponderExcluirJá que você está tão animada com essa história. Hehehe
Gostei :)
Beijos