Dylan


Eu achei que o Dylan merecia mais história. Eu pouco foquei nele e o personagem ficou mais do que secundário (que eu não queria que tivesse acontecido). Antes de lerem lembrem-se: ele é um metamorfo; Miguel lê mentes; eu sou um pouco má de mais (muahaha muahahaha). Espero que gostem. Deixem um comentário com a opinião de vocês ;D.


Era uma noite fria e chuvosa. A maioria das casas da rua estavam no chão, as paredes, negras por causa do fogo e ainda com o cheiro forte do incêndio.

As pessoas estavam na rua chorando pelos seus pertences que tinham sido todos perdidos no fogo, ou pelos parentes que não conseguiram acordar para fugir das chamas. Tinha tanto choro que o príncipe mal conseguia pensar. Olívia estava ao seu lado, os olhos úmidos e a boca cerrada com força para abafar os soluços. Como que uma coisa daquelas tinha acontecido?

O reino tinha passado por longos e felizes momentos de prosperidade e paz, mas subitamente tudo tinha mudado e o caos tinha batido à porta sorrateiramente.

– O que faremos Miguel? – Olívia perguntou ao esposo. – As pessoas precisam de ajuda.

– Peça para o chefe da guardar levar todos os feridos para o hospital e os outros para o abrigo real. – Disse tentando acalmar a voz. – Vá com eles, eu ficarei aqui até recolherem todos os corpos e quando todos já tiverem sido abrigados.

Ela concordou com a cabeça. Correu para falar com o chefe. Miguel andou mais um pouco sobre os escombros, buscando por vítimas que precisassem de ajuda. Entrou em uma casa cujas paredes ainda não tinham caído. Um latido baixinho, semelhante a um lamento, vinha daquele lugar. Era quase inaudível se não se concentrasse para escutá-lo. Por sorte, o príncipe escutou.

Foi adentrando pé ante pé, cuidando para não pisar em nada que comprometesse ainda mais a estrutura da casa. Encontrou um quarto não muito longe da porta de entrada. Um casal estava deitado na cama. Os corpos quase totalmente carbonizados.

Um cachorrinho pulava em cima deles. Parecia desesperado. Seu latido era baixo e, se o príncipe não estivesse segurando um cachorro, iria acreditar que era uma criança que chorava.

– Não se preocupe. – Ele pegou o animalzinho no colo. – Vai ficar tudo bem…

O cachorro continuou agitado. Não tinha estranhado o homem, parecia que esperava que ele o ajudasse.

– O que foi? – Miguel afagou a cabeça do animal. Encarou a cama e viu uma leve remexida nos lençóis. Alguém ainda respirava.

Soltou o animal no chão e se apressou a ajudar. A senhora respirava com dificuldade, estava morrendo aos poucos mas ainda estava viva. Talvez ele conseguisse salvá-la. Miguel a pegou nos braços e correu com ela para fora. O cãozinho foi seguindo-os.

– Ajuda! – Gritou para os enfermeiros mais próximos.

Colocaram a senhora em uma maca e tentaram reanimá-la. Ela abriu os olhos, encarou o príncipe.

– Cuide de meu filho. – Suas últimas palavras foram pronunciadas com tanta dor que fez finalmente o príncipe derramar uma lágrima.

– Quem é seu filho, minha senhora?

Ela apenas encarou o menino que estava ao lado do príncipe, lugar onde antes estava o animalzinho, e soltou o último suspiro.

Miguel encarou a criança. Pegou-a no colo e o levou para longe enquanto os médicos tentava reanimar a senhora.

O menino chorava tanto que não tinha forças para falar, para impedir o homem de levá-lo para longe da mãe, para gritar, para se debater. Apenas chorava.

Tinha um pouco mais de três anos e sabia que tinha perdido os pais naquela noite. Estava sozinho.

– Você não está sozinho. – O príncipe sussurrou. Não iria falar mais alto, temia que sua voz tremesse por conta das lágrimas que agora tentava a todo custo segurar. Tinha que tentar ficar calmo e passar a calma para a criança. – Vou cuidar de você. Você nunca ficará sozinho.

“Obrigado" Foi a única coisa que o menino conseguiu pensar.

(Imagem: google)

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