A
chuva tinha engrossado. Foi só o tempo que Amélia levou para sair
da sala e correr até a ponta do prédio. Ela tinha esquecido o
guarda-chuva no carro de seu pai e estava atrasada para a sua aula
que, por azar, era no prédio central da velha Universidade Nacional.
O
único jeito era colocar a pasta na cabeça e correr na chuva sem se
importar se seus fios negros alisados estragariam ou não. Era um
pouco distante um prédio do outro e o caminho empoçado e as pessoas
que vinham na direção contrária atrapalhavam ainda mais o percurso
e a correria.
Ela
tentava chegar o mais rápido possível, mas ainda faltava muito para
poder se abrigar. Seu cabelo e suas roupas estavam encharcadas. Sua
bolsa pingava.
De
repente, logo depois de atravessar a tumultuada faixa de pedestre, as
gotas pararam. Amélia subiu os olhos verdes para o céu e se
surpreendeu com o guarda-chuva preto que cobrira sua cabeça.
–
Você
vai pegar um resfriado se continuar andando na chuva assim. – A voz
sorridente a fez se virar.
– Eu
esqueci a sombrinha. – Ela sorriu para o rapaz. Estudou os olhos e
cabelos castanhos dele. Passou o olhar pela barba e o queixo forte.
Não
pode deixar de ficar vermelha.
– Bernardo,
o que está fazendo aqui?
– Eu
estava passando e eu vi o seu lindo cabelo molhando. Pensei que
talvez precisasse de um guarda-chuva.
– Obrigada.
– Seus olhos faiscavam de animação.
A
conversa morreu. Não tinham o que falar, não queriam falar nada.
Estavam aproveitando aquele instante para se observarem.
Os
dois esqueceram o que iam fazer. Ela deixou de lado a aula que estava
indo.
O
olhar de ambos era alegre, quente e convidativo. Sentiam-se bem um
com o outro, não podiam negar. Amélia estava nervosa, não era para
encontrar ele. Não enquanto estava desacompanhada de seus amigos e
não conseguia esconder as bochechas ardendo. E a chuva não ajudava
nada, só fazia os dois ficarem ainda mais próximos, espremendo-se
embaixo do guarda-chuva.
O
sorriso de ambos desapareceram. Os olhos brilhavam de vergonha e uma
pontinha de desejo, que Amélia queria esconder com todas as forças.
Ele
foi o primeiro a se aproximar. Ela não recuou. Sentiu os lábios
dele nos dela.
Estavam
imóveis sentindo aquele toque. Ignorando a chuva. Ignorando as
pessoas que passavam. Ignorando o atraso. Apenas o toque importava.
– Eu…
– Amélia afastou os lábios e encarou novamente o rapaz. Ele riu
das bochechas rubras da garota. Ela sabia que sua situação era
cômica: encharcada, bochechas vermelhas, pupilas dilatadas, a boca
semiaberta pedindo para que ele se aproximasse novamente e ao mesmo
tempo que fosse embora. – Eu preciso ir para a minha aula.
– Se
importaria se eu te acompanhasse? – Andaram até o abrigo mais
próximo.
Amélia
sacudiu a bolsa e passou a mão pelo cabelo molhado. Droga.
– Acho
melhor não. Você deve estar atrasado para a sua aula também…
– Amélia…
– Sussurrou.
– Obrigada
Bernardo! – Sorriu e se apressou a seguir seu caminho para a sala.
Parou. Pensou no que tinha acabado de acontecer. Olhou de esguelha
para o rapaz que continuava parado lá com uma expressão boba e
confusa. Deu meia volta e, mais rápido do que Bernardo conseguiu
calcular, voltou até o rapaz e pregou seus lábios novamente nos
dele.
– Até
mais. – Sorriu novamente e saiu correndo para a aula.
– Até
mais. – Ele riu apaixonadamente.
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Tanto amor, não é mesmo? *---* Escrevi esse pensando na minha amiga Brendulica (kkkk, viu Brenda, eu prevejo as coisas...). Só demorou um pouco para eu digitar e arrumar rsrs.
O que acharam? Deixem um comentário =3
Bjs e até
Tanto amor, não é mesmo? *---* Escrevi esse pensando na minha amiga Brendulica (kkkk, viu Brenda, eu prevejo as coisas...). Só demorou um pouco para eu digitar e arrumar rsrs.
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Bjs e até
Nota 5. Eita Brenda, eu n tava sabendo do Bernardo. Ja ta usando pseudonimos pra eles não te acharem depois é?
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